A Galeria Virgílio recebe a partir de 2 de agosto a exposição 10 x 1, que conta com obras de dez coletivos de arte da cidade de São Paulo entre 2000 e 2014. Apesar de incluir trabalhos produzidos no início da década, há um entrelaçamento das temáticas que giram entorno da arte e do ativismo. Há também como características em comum entre as linguagens da mostra o conjunto singular de ações que os artistas e coletivos desenvolveram em conjunto, alterando o cenário da vida pública nas capitais brasileiras.
A exposição também revisita o histórico dos principais grupos que constituem a geração de coletivos artísticos cujas obras tiveram como palco, nos últimos dez anos, a rua. Na galeria se vê, por exemplo, a sequência de bandeiras da Frente 3 de Fevereiro (organizada em 2004) e seu questionamento sobre o racismo no futebol e na sociedade, assim como o Caveirão da Nova Pasta, criado este ano e ativador de diversas intervenções durante a Copa do Mundo no Brasil.
Confira!
Os coletivos artísticos:
BIJARI
Geandre Tomazoni, Gustavo Godoy, João Rocha, Mauricio Brandão, Olavo Yang e Rodrigo Araújo.
Formado em 1997, por arquitetos e artistas, o Bijari é um centro de criação de artes visuais e multimídia. Desenvolvendo projetos em diversos suportes e tecnologias, o grupo propõe experimentações artísticas, sobretudo de caráter crítico.
CASADALAPA
A Casadalapa é um coletivo que surge em 2005 com o objetivo de reunir artistas em um espaço comum onde pudessem fazer um intercâmbio de trabalhos pessoais e, principalmente, criar obras coletivas através do diálogo desses próprios trabalhos. Nosso objetivo não é exatamente criar um repertório de peças de teatro, intervenções, músicas, fotos, filmes, ou fazer web sites. Nossa obra é tudo isso junto, partindo de um mesmo objeto artístico em que todas essas linguagens criem um corpo único. Numa época de redes sociais virtuais, nada como uma rede social real.
C.O.B.A.I.A
Almir Almas, Cláudio Santos, Daniel Seda, Lucas Bambozzi, Rogério Borovik, Rodrigo Minelli e Sofia Panzarini.
Refletindo a instabilidade típica das associações que movem muitos dos projetos colaborativos, o C.o.b.a.i.a. surge em torno da necessidade de experiências de imersão nas diversas realidades que constituem a vida urbana.
ESQUELETO COLETIVO
Eduardo Verderame, Luciana Costa, Mariana Cavalcante, David Santos, Rodrigo Barbosa.
O Esqueleto Coletivo é um grupo de artistas que busca ampliar o diálogo da arte nos espaços da vida cotidiana. Propõe reflexões sobre movimentos sociais, violência, exclusão e contraste social, visualidade urbana e outras implicações da vida pública e privada.
EIA
Floriana Breyer, Milena Durante, Gisella Hiche, Felipe Brait, Rodrigo Vitullo, Marina Ronco, Eduardo Verderame, Sergio Machado e Hélio Ribeirão.
O EIA, Experiência Imersiva Ambiental, é um grupo que trabalha mapeando, reunindo, viabilizando e propondo ações que tem como denominador comum o espaço da rua. Desde 2004 organiza um encontro anual de abrangência nacional recebendo propostas de arte pública enviadas por artistas de diversas localidades do Brasil, reunindo os artistas em um intenso intercâmbio cultural.
FRENTE 3 DE FEVEREIRO
Achiles Luciano, André Montenegro, Cássio Martins, Cibele Lucena, Daniel Lima, Daniel Oliva, Eugênio Lima, Felipe Texeira, Felipe Brait, Fernando Alabê, Fernando Coster, Fernando Sato, João Nascimento, Julio Dojcsar, Maia Gongora, Majoí Gongora, Marina Novaes, Maurinete Lima, Pedro Guimarães e Roberta Estrela D’Alva.
A Frente 3 de Fevereiro é um grupo transdisciplinar de pesquisa e ação direta acerca do racismo na sociedade brasileira. Associa o legado artístico de gerações à histórica luta e resistência da cultura afro-brasileira.
PROJETO MATILHA
Fafi Prado, Melina Anthis e Paula Pretta.
Núcleo artístico de criação coletiva formado em 1998, que mescla elementos das artes cênicas, artes plásticas, performance e audiovisual. Ações poéticas realizadas no cenário urbano, com foco nas relaçõesinterpessoais, revelam situações potenciais de interferência no cotidiano.
NOVA PASTA
Túlio Tavares, Antonio Brasiliano, Paulo Zeminian, Lucas D, Augusto Citrangulo, Fabiana Mitsue, Marcos Vilas Boas, Mariana Cavalcante e Guto Lacaz.
Nova Pasta é um centro de produção, debate, documentação e exposições de arte contemporânea. Distante do conceito de galeria, o projeto Nova Pasta aponta para um caminho de cooperação, contando coma vontade e necessidade de circulação da produção.
OCUPACIDADE
O coletivo Ocupacidade surgiu em 2006 com a proposta de unir pessoas interessadas em produzir coletivamente ações artísticas na cidade, sejam eles artistas ou não. Desde então vem atuando como umgrupo aberto, de livre participação, propondo ações onde o processo de produção coletiva constitui o método de trabalho, e o principal objetivo é a participação ativa dos sujeitos na vida da cidade.
TRALHA
Anderson Rei e Matheus Giavarotti.
O uso mais corriqueiro da palavra “tralha” é para nomear um conjunto de coisas fora de ordem, coisas bagunçadas no nosso caminho. Além disso, “tralha” é o nome dado tanto a uma rede pequena de pesca, que pode ser jogada na água apenas por um homem, quanto ao fio usado para costurar as própria redes e velas. A reunião destes significados traz um pouco do que o Coletivo Tralha faz: recolher os sujeitos e fios para costurar relações entre as pessoas e a cidade.
Em 2009, a partir de experiências na produção de instalações, vídeos, colagens em espaços públicos, oficinas artistico-educativas e trabalhos de arte interativos, os artistas Anderson Rei e Matheus Giavarotti fundaram o Coletivo Tralha.
Serviço:
Abertura 2 de agosto, às 11h30.
De 2 a 25 de agosto.
Horário de funcionamento da galeria:
Segunda a sexta-feira das 10h às 19h
Sábados das 10h às 17h
Rua Doutor Virgilio de Carvalho Pinto, 426
T. 11 23732999
Estacionamento ao lado