Galeria Virgilio apresenta: Os Tupys CAMINHO SUAVE – Neuropaisagem
O Tupinãodá surgiu juntamente com as Diretas Já, movimento civil que explodiu nas ruas em 1983, reivindicando eleições presidenciais diretas. O primeiro coletivo de pintura urbana da cidade de São Paulo nasce, então, em meio a uma energia hedonista de celebração pelo retorno à democracia, e compartilhando com toda a geração de 80 o prazer do retorno à pintura. O grupo teve vários integrantes e formações, espelhando a cidade mutante. Descontinuado em 1993, ressurge hoje como Os Tupys, nesse momento político em que se encontrava o Brasil ecoa o manifesto original do coletivo: Você é tupi daqui, ou tupi de lá? É tupiniquim, ou tupinãodá?
O grupo reintegra-se com o trio Zé Carratu, Carlos Delfino e Ciro Cozzolino – a última formação, ativa entre 1989 e 1993. Se o território de atuação comum entre os artistas foi a paisagem urbana, “Caminho Suave: Neuropaisagens” é composta de paisagens pintadas a seis mãos: uma paisagem bucólica, uma paisagem vernacular, uma paisagem televisiva, uma paisagem mal-assombrada, uma paisagem anamórfica e uma paisagem Tarsiliana, que se apropria do estilo pictórico de Tarsila na fase antropofágica. Uma devoração de Tarsila, melhor dizendo.
A base da pintura exposta aqui é a paisagem, mas o gatilho da operação é o arquivo. Sobre o território comum da paisagem são sobrepostas múltiplas camadas de arquivos iconográficos e repertórios narrativos de cada um. Carratu recria-se em grades, grides, antenas e cruzes, projetando esquemas gráficos para uma terceira dimensão. Delfino elabora uma genealogia visual a partir da figura de um astronauta, que, empoderado pela energia yin-yang, se desdobra em carro, foguete, injeção, garrafa de Coca-Cola, porta de casa e tudo o mais que possa figurar em seu labiríntico mundo pictórico. Cozzolino engaja-se na linhagem pós-pop de manipulação da cultura de massa.
O reencontro dos Tupys nos coloca, então, diante de uma estética mash-up multiplicada por três, potencializada de maneira neurótica, gerando não exatamente uma coautoria, mas uma combinação de autorias.Em conflito ou em negociação, eles se colocam com toda a estridência e desconforto que isso possa gerar aos olhos e ouvidos de quem na galeria venha a entrar.
Serão exibidas, 9 pinturas sobre tela todas nas mesmas dimensões de 180x160cm e 16 recortes em madeira medindo 60x50cm.
SERVIÇO:
Abertura: 10 de agosto as 11:00h
Exposição: De 10 de agosto a 10 de setembro de 2019
End: Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 424
Tel : 30627339
Visitação aberta ao público até 10 de setembro
De segunda a sexta das 10 às 19:00h
Sábado das 11 às 17h