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Pandemia e Literatura

  • 31 de março de 2020

Paulo Nogueira, professor de cursos na área de Literatura no b_arco, crítico literário, jornalista cultural e escritor, preparou algumas indicações literárias específicas para o momento em que estamos vivendo. Mais do que uma lista de obras, Nogueira faz um apanhado do tema da pandemia na literatura. Iniciando na Itália do séc. XIV, passando por escritos emblemáticos como “A peste” de Albert Camus e chegando aos tempos presentes com ensaios de Susan Sontag, a lista “Pandemia e Literatura” traz as mais importantes reflexões sobre este assunto na literatura mundial. 

mascaras pandemia
Soldados franceses utilizando máscaras cirúrgicas durante a Primeira Guerra Mundial (Foto: Getty Images )

Sempre houve literatura de pandemia, porque sempre houve pandemias. Através dos códigos narrativos da ficção, a trama literária tenta engendrar, se não alguma explicação, pelo menos um sentido para a experiência humana do pânico, do horror e do desespero. 

Umas das primeiras e até hoje mais icônicas obras sobre uma peste foi “Decameron”, de Giovani Bocaccio. São 100 contos, narrados por um grupo de amigos (sete mulheres e três homens), em dez dias de quarentena numa vila toscana nos arredores de Florença, durante a epidemia de 1353. Cada narrador conta 10 histórias, nada depressivas, mas repletas de humor e erotismo. Escrito em toscano (assim como a Divina Comédia, de Dante), o livro ajudou a fixar a língua italiano vernacular (até então, as obras de prestígio eram em latim). Ao longo de cinco anos, a chamada “peste negra” (bubônica, transmitida pela pulga de ratos) matou 75 milhões de pessoas só na Europa – 60 por cento da população do continente.

Em 1722, Daniel Defoe (também o autor de “As Aventuras de Robson Crusoé”) publica “O Diário do Ano da Praga”, sobre a epidemia que matou cerca de 100 mil pessoas só em Londres, no ano de 1665. Como desgraça pouca é bobagem, no ano seguinte um colossal incêndio consumiu boa parte da capital inglesa, durante três dias, por um triz não destruindo Westminster (mas arrasando a catedral de Saint Paul).

Em 1826 sai o romance “The Last Man” (“O Último Homem”), de Mary Shelley – a mesma autora de “Frankenstein” (que ela escreveu aos 19 anos). Conta a história de uma pandemia que extermina toda a humanidade, exceto um derradeiro homem, cuja última reflexão é: “Selecionei alguns livros, mas não era necessário. Agora todas as bibliotecas e livrarias do mundo estão abertas para mim.”

Um dos gênios do sobrenatural, o americano Edgar Allan Poe, escreveu o conto “A Máscara da Morte Vermelha”, em que os cortesãos de um príncipe se divertem no palácio, enquanto lá fora a população morre de uma epidemia. No sexto mês de confinamento, durante um baile de máscaras, surge uma figura de vermelho no meio do salão: a Morte em pessoa. O conto foi adaptado para o cinema por Roger Corman, com Vincent Price.

“A Peste”, do francês (nascido na Argélia) Albert Camus, prêmio de Nobel de Literatura, talvez seja a mais profunda ficção sobre pandemias. Publicado em 1948, o romance conta a história da doença que assola a cidade de Oran, e a resistência da comunidade à catástrofe. Há também um sentido simbólico, da resistência ao Nazismo, que fora derrotado há menos de três anos. O PDF gratuito deste livro está disponível no link: https://docero.com.br/doc/xn85

Um outro tipo de epidemia é o tema “Anjos Na América”, de Tony Kusher. Texto canônico sobre a crise da AIDS (então chamada de “a peste gay”), é uma peça teatral de três horas de duração, com duas partes: “Abordagens do Milênio” e “Perestroika”. Adaptada para a TV, a série ganhou inúmeros prêmios Emmy. 

“The Stand”, de Stephen King, descreve uns EUA pós-apocalíptico, após a perda de uma arma química criada pelo governo: a Super-Flu, apelidada de “Captain Trips”. A história inclui a primeira aparição de Randall Flagg, a criatura demoníaca que habita nove romances de King.

Nos anos 90 do século passado surge “Ensaio Sobre a Cegueira”, de José Saramago. Uma cegueira branca acomete os agitados moradores de uma cidade não especificada. Os primeiros indivíduos contaminados ficam em quarentena em um asilo mental vago e negligenciado. A epidemia cresce e o estado intensifica seu controle violento, à medida que perde lentamente sua capacidade de conter a propagação da cegueira. O romance sugere que estamos cegos pela luz branca da razão, como o próprio autor declarou no seu discurso do Nobel da Literatura, em 1998. O romance foi filmado por Fernando Meirelles, com cenas rodadas em São Paulo.

Por fim, no ensaio “Doença Como Metáfora”, Susan Sontag (a mais importante crítica literária americana do século 20, cuja biografia acaba de sair no Brasil, assinada por Benjamim Moser, também autor da biografia de Clarice Lispector) nota que as pandemias contemporâneas são “evidências de um mundo em que nada de importante é regional, local, limitado; em que tudo o que pode circular, o faz; e todo problema é ou está destinado a se tornar mundial.”

Por Paulo Nogueira

Paulo Nogueira nasceu em São Paulo, onde estudou na Escola de Comunicações e Artes da USP. Viveu na Europa (Portugal, Inglaterra e Noruega) mais de 20 anos , trabalhando como crítico literário e jornalista cultural em algumas das principais publicações portuguesas. Como ficcionista, publicou oito romances, todos lançados originalmente por editoras europeias.

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