A combinação “áudio” e “visual” data dos primórdios do cinema. A primeira vez que ocorreu o encontro entre imagem e música foi antes mesmo da invenção do cinema: na época das “lanternas-mágicas”. O curso “A(s) História(s) dos Videoclipes QUEER” pretende fazer uma seleção de videoclipes icônicos que ajudaram a formar uma estética e uma identidade Queer, através desta linguagem.
No curso, de quatro aulas, serão exibidos clipes de artistas e bandas da comunidade LGBTQI+ como Madonna, Culture Club, David Bowie, Ney Matogrosso, Secos & Molhados, The Smiths, Queen, Perfume Genius, Linn da Quebrada, Arca, Janelle Monaé, Troye Sivan, Thiago Pethit, entre outros.
O curso também focará no trabalho de grandes diretores queer que ajudaram a desenvolver a linguagem dos videoclipes como Derek Jarman e Gus Van Sant.
Os videoclipes foram e continuam sendo fundamentais na formação de uma identidade queer, além de ser uma enorme influência na história do cinema, na música e na Cultura Pop em geral.
Cronograma
Aula 1 – Os Precursores da Estética LGBTQI+
– Definição do conceito “QUEER”
– A teoria Queer de Judith Butler
– Oscar Wilde e a estética “camp”
– Sunsan Sontag e suas notas sobre o Camp
– Jean Cocteau e seu curta “O Sangue de Um Poeta” (1932)
– Madame Satã, ícone queer brasileiro, faz performances em cabarés na Lapa, no Rio de Janeiro.
– Kenneth Anger e seus curtas experimentais “queer”, como “FireWorks” (1949), e “Scorpio Rising” (1963), precursor da estética “biker” e “leather”.
– Surge o movimento “GLAM” na música inglesa, com artistas explorando sua androgenia.
Aula 2 – O GLAM ROCK & A REVOLUÇÃO DA ANDROGENIA
– Surge o movimento “GLAM” na música inglesa, com artistas explorando sua androgenia.
– Mick Rock e David Bowie, a estética Glam chega ao mainstream.
– Lou Reed, Iggy Pop, Marc Bolan e o Roxy Music levam a maquiagem pesada para o Rock.
– 1975, em plena ditadura militar no Brasil, Ney Matogrosso, líder dos Secos & Molhados rebola seminu num clipe do Fantástico, exibido aos domingos à noite, pela Rede Globo.
– Em 1978, Sylvester surge como uma diva trans da Disco Music.
– DIVINE, musa do cineasta John Waters também se lança numa carreira como cantora/diva Disco.
– Grace Jones leva a androgenia para as pistas de dança.
Aula 3 – A MTV E A ESTÉTICA DOS ANOS 1980 & 1990 – Participação Especial da dupla Camila Maluhy e Octávio Tavares (diretores da Filmes da Diaba)
– Boy George e sua banda Culture Club lançam em 1982 o clipe de “Do You Really Want to Hurt Me”, e se tornam imediatamente ícones queer da década de 1980.
– Frankie Goes To Hollywood lança o clipe de “RELAX” com cenas de sexo gay explícitas, pela primeira vez num videoclipe pop.
– Annie Lennox e sua banda Eurythmics lançam vários clipes onde questionam a sexualidade e exploram a figura andrógena de Annie.
– A banda QUEEN lança o clipe de “I Want To Break Free”, em 1984, com todos os integrantes vestidos de mulher. O clipe dirigido por David Mallet é banido da MTV norte-americana
– Bronskie Beat lança “Small Town Boy”, praticamente um curta-metragem sobre os ataques homofóbicos que seus integrantes sofreram no interior da Escócia.
– O cineasta britânico Derek Jarman lança o curta metragem The Queen is Dead, com três canções da banda The Smiths.
– Marina Lima inaugura a MTV Brasil em 1990, com o clipe de “Garota de Ipanema”, dirigido por Jon Klein.
– Madonna causa uma revolução na música POP com sua sexualidade ambígua e sua postura feminista em vários clipes lançados entre 1984 e durante a década de 1990.
– KD Lang lança o clipe de “Constant Craving”, dirigido por Mark Romanek com uma estética abertamente andrógena.
– RuPaul se torna a primeira drag queen conhecida mundialmente com o hit “Supermodel of the World” de 1993.
Aula 4 – O EMPODERAMENTO DA COMUNIDADE LGBTQIA+ – Participação Especial de Fernando Nogari (diretor da Iconoclast Brazil)
– A Drag Queen Pablo Vittar se torna uma das maiores popstars da MPB, com sua estética exagerada e camp.
– Surgem vários artistas LGBTQI+ na cena nacional, entre eles Rico Dallasan, Liniker & Os Caramelows, As Bahias e a Cozinha Mineira, Thiago Pethit.
– A produção dos videoclipes fica bem mais acessível e os artistas começam a produzir seus videoclipes de maneira totalmente independente.
– Fora do Brasil, artistas contemporâneos como Arca, Ahnony, Janelle Monaé, Troye Sivan, lançam clipes com uma estética “queer” que desafia os padrões heteronormativos.
– A cantora e compositora trans Linn Da Quebrada escreve e estrela o filme “Bixa Travesty” de Claudia Priscila e Kiko Goiffman e recupera a luva de Ney Matogrosso do clipe “Fores Astrais”, fechando um ciclo da estética “queer” na MPB.
Aluno
Para: aberto a todos os interessados
Carga horária total – 4 encontros – 10h
*Este curso é oferecido na modalidade ONLINE, portanto é necessário ter acesso à internet. As aulas irão acontecer ao vivo no aplicativo ZOOM. Indicamos que o participante tenha um computador ou celular com câmera e microfone.
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