O curso pretende fazer uma análise de obras audiovisuais e trazer reflexões sobre o olhar de personagens femininas em filmes e séries de tv através de uma abordagem não canônica.
Partindo de teorias da filmologia feminista e de filósofas feministas a roteirista e crítica de cinema Lorenna Montenegro analisa o olhar masculino dominante nos filmes clássicos e o olhar opositor que se molda a partir de produções de cineastas mulheres. E ainda aborda as problemáticas na representação de personagens femininas no audiovisual, o protagonismo das mulheres brancas e a criação de narrativas a partir de outros olhares contra hegemônicos. Também em debate a representatividade e a equidade de gênero no mercado audiovisual.
Cronograma
Aula 1 – O que é a filmologia feminista?
– Os prazeres da Narrativa Visual no Cinema: marco zero das teorias feministas na crítica e nos estudos fílmicos, palestra da Profa Laura Mulvey.
– Masculinidade tóxica como paralelo impeditivo a uma representatividade afirmativa nas telas (a resposta contida no female gaze).
– Olhar opositor de Bell Hooks;
– O teste de Bechdel (e o selo) como normativa para mais e melhores representações do feminino na tela, mas não a única; outras iniciativas encampadas por coletivos e entidades representativas das Mulheres do audiovisual.
Aula 2 – Analisando o olhar masculino e o gênero no cinema clássico:
– Arquétipos em “E o Vento Levou”; Casablanca e a mulher adúltera por Molly Haskell.
– Comédias românticas/chick flicks e o estabelecimento de Dorothy Arzner como a única diretora no cinema falado de Hollywood.
– Como a literatura pulp abastece o cinema de narrativas onde a mulher é violentada de várias formas e como Ida Lupino ressignifica esse lugar.
– Johnny Guitar e Calamity Jane: o que é um faroeste com protagonismo feminino na análise de Ann Kaplan.
– A opressão da mulher na obra de Hitchcock, o suspense que aprisiona a sexualidade por Teresa de Lauretis.
Aula 3 – Destrinchando alguns dos tropes mais problemáticos:
– Donzela em Perigo
– Scream Queens
– Femme Fatale
– Vamps
– Cool girl
– geek to chic
– Manic Pixie dream girl
– Mary Sue
– The badass down the rabbit hole
Aula 4 – Sex and City, Friends e Girls: o protagonismo feminino branco.
– #metoo e #timesup invertendo o jogo da representação; Game of Thrones e Mad Men como dois pesos na balança.
– Handmaids Tale simbolizando a guinada com mulheres sendo a maioria na produção – em frente e por trás das câmeras.
– Queer, lésbico e transgressor – do L.A. Rebellion ao The L World.
**Ativismo e a luta pela igualdade de gênero no mercado audiovisual:
A mais recente pesquisa da Ancine (OCA) com a base de dados de 2017 traz números mostram que, na direção, as mulheres responderam por 17% do total; no roteiro, 21%; na fotografia e na direção de arte, 5%. A maior presença delas é na produção, 40%. Foram analisados 2,5 mil filmes registrados na agência.
Aluno
Para: aberto a todos os interessados*
*o curso não é sobre escrita prática de narrativa audiovisual, mas uma reflexão sobre o tema.
Carga horária total – 4 encontros – 10h
*Este curso é oferecido na modalidade ONLINE, portanto é necessário ter acesso à internet. As aulas irão acontecer ao vivo no aplicativo ZOOM. Indicamos que o participante tenha um computador ou celular com câmera e microfone.
*Não conseguiu assistir a algum dos encontros ao vivo? Basta solicitar a gravação da aula para nossa equipe de atendimento no email atendimento@barco.art.br ou no whatsapp (11) 98987-8011. As gravações são enviadas em links pessoais e intransferíveis, ficando disponíveis por 7 dias corridos após a realização da aula ao vivo.