O curso propõe uma visão panorâmica dos movimentos e procedimentos artísticos surgidos do trauma, coletivo e pessoal, e que permeiam a produção artística contemporânea.
A história da arte moderna e contemporânea é marcada pelas turbulências no campo social e político, presentes no desenvolvimento de todo o século XX: as duas grandes guerras, os conflitos nacionais, os processos de descolonização e os traumas resultantes. Muitos artistas e obras se articulam em contato com as consequências dessas tragédias coletivas, dando inicio a uma série de novos procedimentos no campo da arte. A violência do conflito, a ruína, o vazio, a reconstrução, a memória e as sequelas serão elementos constitutivos da linguagem e da imagem no pós-guerra. Através de encontros amplamente ilustrados, conheceremos trabalhos e artistas que atuam sobre a (re)significação de eventos trágicos e na construção de novas formas de linguagem e experiência a partir de novas realidades. Em uma época em que talvez nosso único futuro seja não ter futuro, olhar para as obras feitas nos momentos críticos da história moderna, pode nos ajudar a pensar esse passado/presente que pretendemos superar.
Cronograma
Aula 1 – O efeito das grandes guerras: o racionalismo construtivista e o absurdo anti-arte dadaísta.
Serão apresentadas iniciativas de denúncia e abordagem das questões sociais que emergem dos conflitos das grande guerras do século XX. Além disso veremos a formação de alguns movimentos que surgem no período logo após o conflito, como consequência e em resposta a ele, conhecido como o “pós-guerra”.
movimentos e artistas: Dadaísmo, Construtivismo, Bauhaus, Francis Picabia, Max Ernest, Jackson Pollock.
Aula 2 – Ruinenlust: a potência aterrorizante e sublime das ruínas.
Depois da tragédia vem a ruína. A história como catástrofe e a ruína como projeto. Transformações na representação e ação do corpo no pós-segunda guerra.
movimentos e artistas: Arte Povera, Anselm Kiefer, Francis Bacon, Gutai, Piero Manzoni
Aula 3 – O vazio como condição pós-moderna: desmaterialização e outras rupturas
Depois da ruína vem o vazio. … … e ele se torna matéria para a experiência da arte das neo-vanguardas. A potência do espaço em branco, da relação do objeto com o vazio e sua importância na arte do pós-guerra.
movimentos e artistas: Yves Klein, Lucio Fontana, Otto Piene, Minimalismo, Light and Space, James Turrell
Aula 4 – Memória como matéria: biografia e alteridade na (re)construção da moral coletiva.
Após a tragédia vem a reconstrução, ficam a memória e as sequelas. É latente na arte contemporânea o uso e ressignificação dos contextos históricos e sociais como forma de ação estética. Nesse contato podem se formar e reconstruir consciências e formas vivas de olhar para os acontecimentos traumáticos que tanto definem a sociedade ainda hoje.
movimentos e artistas: Cildo Meireles, Louise Bourgeois, William Kentridge, Fred Wilson, Rosana Paulino, Gerhard Richter, Ai Weiwei
Aluno
Público-alvo: Qualquer pessoa interessada em história da arte, com ou sem experiência. Acima de 16 anos. Os participantes conhecerão alguns dos principais procedimentos da arte contemporânea em sua abordagem e relação com os contextos sociais.
Carga horária total: 4 encontros – 8 horas
*Não conseguiu assistir a algum dos encontros ao vivo? Sem problemas, nós enviamos a gravação da aula no dia seguinte, por email, em links pessoais e intransferíveis que ficam disponíveis por 7 dias corridos após a realização da aula ao vivo.
*Todos os cursos do b_arco oferecem certificado de aproveitamento, com detalhamento de carga horária, que são enviados por email 1 semana após o encerramento do curso.