Considerando que o Brasil foi construído sobre estruturas de violência e desumanização, fortemente marcadas pelo racismo, este curso busca apresentar de que forma a cultura pode ser um caminho para a superação de nossas persistências coloniais e escravistas. Faremos isto tomando como referência as políticas que trouxeram à visibilidade os patrimônios culturais indígenas e quilombolas, especialmente a partir do registro da Tava, Lugar de referência para o povo Guarani e do Sistema Agrícola Tradicional das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira.
Cronograma
Aula 1 | Histórias difíceis do Brasil: as violências persistentes contra populações negras e indígenas
Compreensão em perspectiva histórica das violências direcionadas às populações negras e indígenas no Brasil, partindo especialmente da situação no campo e do não reconhecimento das territorialidades indígenas e quilombolas. Caracterização dos impactos da colonização sobre os povos indígenas e da escravização de africanos como “histórias difíceis” e, diante disso, da importância do “dever de memória”.
Aula 2 | O papel da cultura entre a construção e a desconstrução das desigualdades
Análise da linguagem das grandes exposições, dos museus e dos “zoológicos humanos” e suas funções na aprendizagem do racismo. Avaliação das políticas culturais brasileiras, que transitaram da reprodução dos padrões europeus de nação e civilização (século XIX) para uma valorização excludente a partir da noção de “democracia racial” (anos 1930-1970) e, por fim, a uma noção democrática e antropológica de cultura após a Constituição de 1988.
Aula 3 | O patrimônio imaterial como caminho
Discussão sobre os caminhos construídos a partir da Constituição de 1988 sobre os direitos indígenas e quilombolas, articulando os direitos territoriais aos culturais. Abordagem do conceito de referências culturais, consagrado no Programa Nacional do Patrimônio Imaterial criado em 2000. Avaliação a partir do processo de patrimonialização da Tava, Lugar de referência para o povo guarani e do Sistema Agrícola Tradicional das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira.
Aula 4 | Narrativas indígenas e quilombolas para um Brasil afro-indígena
A partir do cinema guarani mbyá e das iniciativas de valorização da roça quilombola, a aula final aborda especialmente as narrativas comunicadas por esses agentes para a sociedade envolvente. Considerando o que nos dizem, identificaremos as propostas que nos fazem para a superação das histórias difíceis e violentas que nos forjaram enquanto país.
Aluno
Para: aberto a todos os interessados
Carga horária total: 4 encontros – 10h
*Não conseguiu assistir a algum dos encontros ao vivo? Sem problemas, nós enviamos a gravação da aula no dia seguinte, por email, em links pessoais e intransferíveis que ficam disponíveis por 7 dias corridos após a realização da aula ao vivo.
*Todos os cursos do b_arco oferecem certificado de aproveitamento, com detalhamento de carga horária, que são enviados por email 1 semana após o encerramento do curso.