Em tempo de quarentena e isolamento social, os professor do b_arco estão indicando filmes, livros, séries e atividades que podemos aproveitar os novos ritmos para conferir. Não estamos todos esbanjando tempo, com rotinas de home office e cuidados da casa e da família, mas o novo arranjo pode contribuir para encarar velhos desafios.
Para Marcelino Freire, escritor pernambucano ganhador de dois prêmios Jabuti e professor de cursos de Literatura no b_arco, indica retornar aos clássicos, principalmente os brasileiros, e também aconselha algumas leituras complementares. Confira abaixo estas indicações com comentários do escritor:
“Um Defeito de Cor”, de Ana Maria Gonçalves (Editora Record)
São quase mil páginas de um clássico recente de nossa literatura.
Lê-se rapidinho. É o tipo de livro que somos um antes e nos tornamos outro depois de sua leitura.
“Moby Dick”, de Herman Melville (Cosac & Naify), é sobre resistência.
Livro de aventura e de profunda consciência, inclusive sobre a natureza que nos cerca.
Do mesmo autor, sugiro um livro de pouquíssimas páginas, o clássico “Bartleby, o Escrivão” (Ubu Editora). Dois personagens desse autor que não saem de nossa cabeça.
“Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século” (Editora Objetiva),
Antologia organizada por Ítalo Moriconi. Que tal aproveitar para colocar em dia o “conto brasileiro”?
Vai de Machado de Assis a Fernando Bonassi.
Complementar essa leitura com a antologia “A Resistência dos Vagalumes” (Editora Nós). Organizada por Cristina Judar e Alexandre Rabelo, reúne 61 escritores e escritoras LGBTQs do Brasil inteiro.
“Grande Sertão: Veredas” (Companhia das Letras). Chegou a hora de entrar no universo de Guimarães Rosa. Se quiser aquecer, antes de enfrentar essa aventura, sugiro dois contos
do mesmo autor: “A Terceira Margem do Rio” (um verdadeiro isolamento eterno) e o “A Hora e Vez de Augusto Matraga” (toda vez que estou preocupado com algo, releio este conto para criar coragem).
“Os Contos de Lygia Fagundes Telles”, reunidos pela Companhia das Letras. Vale ler tudo e notar como os contos da Lygia continuam fortes e atuais. Salve, salve!